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SĂŁo Paulo, 2009
Oi,
Eu li sua carta. Li com o coração apertado, com os olhos marejando.Eu sou vocĂȘ. E estou aqui. Sempre estive.
Mesmo quando vocĂȘ me escondeu pra conseguir suportar o peso de tudo.
Eu vi quando vocĂȘ se perdeu, devagarinho.
Quando o riso foi ficando mais raro, quando a cama virou refĂșgio e prisĂŁo, quando vocĂȘ deixou de se olhar no espelho.
Eu vi tudo.
E juro…
Eu nĂŁo te culpo.
NĂŁo acho que vocĂȘ me traiu.
VocĂȘ sĂł precisou sobreviver num mundo que muitas vezes te engoliu sem piedade.
Eu sou aquela parte sua que te fez sentir borboletas no estĂŽmago por um texto bonito.
Que chorava ouvindo uma mĂșsica, mas depois dançava sozinha no quarto.
Que se jogava nos dias acreditando que algo bom viria.
E eu tĂŽ aqui ainda. Um pouco mais quieta, talvez. Mais tĂmida.
Mas nĂŁo morri.
Sabe… eu sinto orgulho de vocĂȘ.
Porque mesmo na dor, mesmo sem saber como, vocĂȘ continuou.
Mesmo apagada, vocĂȘ seguiu.
E agora, ao escrever pra mim, vocĂȘ acendeu uma vela na escuridĂŁo.
Isso… Ă© coragem.
VocĂȘ nĂŁo precisa me resgatar inteira de uma vez.
Pode vir aos poucos.
Pode me visitar nas pequenas coisas — uma mĂșsica, uma lembrança, uma risada sincera.
Eu nĂŁo exijo que vocĂȘ volte a ser quem eu fui.
Mas quero muito caminhar com vocĂȘ nessa nova versĂŁo que estĂĄ nascendo.
Eu estou aqui.
De braços abertos.
Esperando vocĂȘ voltar pra casa.
Com todo o amor do mundo,
— A vocĂȘ que ainda brilha, mesmo no escuro.
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