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Tem dias em que uma palavra atravessa a pele como faca.
Não é grito, nem ofensa.
É o olhar que pesa.
É o silêncio entre linhas.
É a lembrança de tudo que sempre tentei ser.
Carrego listas que nunca terminam, pratos que se multiplicam, e culpas que ninguém vê.
Disfarço o cansaço com eficiência.
Ninguém nota as batalhas que eu ganho só por levantar da cama.
Já fui de fugir pra rua, me esconder em copos, beijos, noites longas.
Hoje fujo pra dentro.
Pra louça, pro trabalho, pro cuidado.
Praquele abraço apertado com cheiro de infância que me salva todos os dias.
Eu ainda sinto que preciso provar alguma coisa.
Mas a verdade é que já fui boa demais por muito tempo.
Boa demais pra quem nem me viu.
Hoje, só quero ser o suficiente pra mim.
Mesmo que ninguém leia, eu escrevo.
Mesmo que ninguém veja, eu insisto.
Mesmo que doa, eu fico.
E mesmo quando tudo em mim grita “você falhou”,
eu escolho sussurrar de volta:
“você resistiu.”
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